Glauber Rocha já defendia que para fazer cinema é preciso apenas “uma câmera na mão e uma idéia na cabeça”. Com esse espírito, vinte e quatro alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Fortaleza de Rio Pardo (RS) acompanharam atentos às dicas do professor Rafael Hoff sobre operação de câmera para produtos audiovisuais. A oficina foi ministrada na quinta-feira (03/04/2014) como uma atividade de extensão do curso de Comunicação Social, através da Agência Experimental A4 – núcleo de Produção em Mídia Audiovisual, coordenada pelo professor.

Durante a tarde os alunos puderam ver elementos técnicos da linguagem audiovisual como enquadramentos, iluminação e ângulo, além de fazerem perguntas sobre foco e edição. Como exercício prático a oficina propôs aos estudantes a captação de um vídeo simulando uma corrida de cadeiras com câmeras fotográficas. As imagens foram dispostas no software PowerPoint e configuradas para apresentação automática com tempo curto de visualização. O resultado foi a simulação de um vídeo a partir de fotografias, linguagem conhecida como Stopmotion.

Segundo o professor da E.E.E.M. Fortaleza, Antônio Petry, atualmente os alunos estão bastante empenhados na configuração dos roteiros para a mostra competitiva de vídeos estudantis promovida pela escola. Eles têm até o dia 25 deste mês para entregarem os projetos escritos à comissão organizadora. Depois disso, devem partir para as captações e edição do material, com orientação de um professor da instituição escolhido pelos próprios alunos. A mostra, que tem caráter regional, é aberta a estudantes de toda a região do Vale do Taquari e Rio Pardo.

O ministrante da oficina ressalta que o foco da atividade não é profissionalizar os estudantes, “até porque seria impossível passar os conhecimentos desenvolvidos em quatro anos do curso de Produção em Mídia Audiovisual numa única tarde”, mas oferecer um suporte técnico para aumentar o desempenho dos videomakers em seus projetos. Segundo Rafael Hoff, a maior beneficiada com as produções é a comunidade regional, já que os vídeos revelam o olhar dos jovens sobre as realidades vividas e interpretadas através de narrativas ficcionais ou não. “O audiosivual se mostra neste projeto como um elemento agregador da comunidade, provocador de uma reflexão sobre a realidade vivida e uma vitrine da comunidade local”, resume Hoff.