sexta-feira, 30 de maio de 2014

Acontece na próxima terça-feira, dia 3 de junho, um bate-papo com o cineasta gaúcho Felipe Guerra, a partir das 19h no Anfiteatro do bloco 18.

Felipe sempre foi apaixonado por cinema e não demorou muito para perceber que queria contar suas próprias histórias e, claro, fazer seus próprios filmes.Cheio de referências e com muita criatividade, ele conta, em entrevista realizada por e-mail, algumas de suas experiências com o cinema. 

Veja:

Mahara de Brito: O que te levou a fazer filmes? Alguma inspiração em especial?
Felipe Guerra: Sempre fui apaixonado por cinema, desde criança, e não demorou para eu perceber que queria fazer os meus próprios filmes, contar as minhas próprias histórias. Eu revia os meus filmes preferidos e ficava pensando o que aconteceria se misturasse elementos de um na história do outro, e assim surgiram os meus primeiros roteiros: as coisas que eu mais gostava nos meus filmes preferidos reunidas numa única história! Por exemplo: “Patricia Gennice”, meu primeiro longa, que foi gravado em vídeo em 1998, tem um pouco de tudo – é uma comédia romântica em teoria, mas também tem cenas de tortura e, lá pelas tantas, aparecem matadores profissionais, um travesti que é chefe do crime organizado, anjos e demônios… Enfim, uma mistura daquelas, mas cuja inspiração surgiu da trama do filme “Depois de Horas”, do Martin Scorsese, à qual eu fui adicionando todo o resto.

MB: Desde a época em que começou a exibir teus curtas em festivais, consegues perceber algumas mudanças? Se sim, quais?  
FG: Com certeza. No começo, havia muito preconceito em relação a filmes independentes, e os festivais costumavam te boicotar se você não filmasse em 35mm. Nos últimos 10 ou 15 anos houve uma abertura, principalmente devido à democratização do processo de fazer cinema graças ao formato digital. Eu até entendo a resistência dos festivais em exibir os filmes que produzíamos em VHS, um formato tosco e limitado, lá nos anos 1990, mas hoje você tem acesso fácil a câmeras que filmam em HD, e ainda pode melhorar bastante o resultado do seu filme visualmente no computador depois, algo impensado nos tempos em que fazíamos produções independentes em jurássicas ilhas de edição de vídeo.

MB: Como é a vida de um cineasta independente?
FG: É divertida, mas trabalhosa. Você passa os dias tendo ideias legais, mas acaba descartando a maioria delas porque sabe que nunca terá dinheiro ou recursos para conseguir filmar. Eu não tenho paciência para participar de editais ou buscar grana em leis de incentivo à cultura, como fazem alguns amigos, e nem tenho algum patrocinador ou produtor com crédito ilimitado para me bancar, como alguns outros amigos. Por isso, faço meus filmes com dinheiro do próprio bolso, e preciso pensar bastante antes de iniciar algum projeto, ter certeza de que aquilo vai trazer algum retorno mínimo. Acho que a parte mais legal do processo é a de fazer o filme, porque você se diverte muito; nenhum dos meus filmes é tão engraçado quanto o que acontece na hora das filmagens.

MB: É possível viver somente de cinema ou tens alguma outra atividade paralela?  
FG: Todos os meus colegas aqui no Brasil têm outro emprego, e o cinema é que é a atividade paralela deles. Eu nunca vivi somente de cinema, embora nos últimos cinco anos tenha abandonado minha atividade fixa (como jornalista) para viver como freelancer e poder me dedicar mais à produção de filmes e à participação em festivais e eventos. Mas é muito difícil conseguir bancar as produções sem ter outra fonte de renda. Meu filme mais caro até hoje é o curta-metragem “O Estripador da Rua Augusta”, que co-dirigi com minha amiga Geisla Fernandes quando morava em São Paulo. Ele custou cerca de 7 mil reais, mas a maior parte dessa grana foi obtida via financiamento coletivo (o chamado “crowdfunding”).

MB: O que o público pode esperar da palestra?
FG: Quero mostrar que, hoje, ficou muito fácil fazer o seu próprio filme e, principalmente, exibi-lo – seja em festivais, seja via internet. E se sair pelo menos um cinéfilo maluco o bastante para dirigir o seu primeiro filme independente depois da minha palestra, já estarei satisfeito. Ah, também podem esperar muitas gargalhadas.

A palestra é voltada para os alunos de Produção em Mídia Audiovisual, no entanto, todos os alunos da Comunicação estão convidados a participar.

Entrevista: Mahara de Brito - Agência Experimental de Comunicação A4


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